Comunicação não-violenta: 4 passos dessa abordagem de comunicação Os 4 componentes da Comunicação Não-Violenta Rosenberg aponta 4 componentes centrais na CNV a serem levados em consideração por quem quer praticá-la. Confira quais são: 1) Observação O primeiro passo para a CNV, de acordo com Rosenberg, é separar a observação do julgamento. Esta não é uma tarefa fácil, uma vez que falar sem fazer um julgamento, crítica ou análise requer muita prática. Mas julgar, culpar, rotular, comparar ou criticar alguém ou o relato que ela está fazendo só fecha os canais de comunicação. Como resultado, faz com que a pessoa deixe de se interessar por aquela conversa. Rosenberg aponta que a observação de uma situação deve ser objetiva, atendo-se ao tempo e o contexto em que está inserida. Dessa maneira, é possível compreender a situação sem fazer um juízo de valor. Então, atente-se aos fatos! 2) Sentimento Depois da observação, é preciso entender qual sentimento ela desperta. Este segundo passo da CNV é fundamental, pois nos faz conscientes de como somos afetados por situações que vivemos. É também um ponto importante para gerar empatia nas pessoas. Ou seja, esta é uma ferramenta de autoconhecimento. Afinal, é só entendendo como nos sentimos que podemos encontrar as melhores maneiras de nos expressarmos. Por outro lado, é também um ponto essencial da comunicação. Pois mostra que você está atento ao que a outra pessoa está falando. E também que é afetado por ela. Mas, para o autor, é preciso ainda saber a diferença entre o que se sente, o que se pensa e/ou interpreta. A resolução de conflitos na CNV é impossível quando não estes estágios não são diferenciados. Observação: “Eu me sinto um fracasso por ter cometido um erro no trabalho”. Sentimento: “Eu me sinto frustrado”. 3) Desejos De acordo com Rosenberg, nossos sentimentos são reflexos dos nossos desejos e se eles estão sendo atendidos ou não. Nos sentimos bem quando nossos desejos são atendidos. Por outro lado, nos sentimos mal quando nossos desejos não são atendidos. Mas em muitas vezes não percebemos que nossos sentimentos são a expressão dos nossos desejos. Quando isso acontece, é normal culpar uma pessoa ou situação por nos sentirmos mal. É por isso que o terceiro passo da CNV fala sobre identificar o desejo ou necessidade relacionado ao que sentimos em uma situação. De acordo com Rosenberg, as chances dos nossos desejos e necessidades serem atendidos aumentam significativamente quando sabemos expressá-los. Sentimento: “Eu fiquei chateado quando o contrato foi quebrado”. Desejo: “Eu quero que as pessoas sejam responsáveis”. 4) Pedido Sabendo o que queremos, podemos realizar o último passo da CNV: pedir. Faça uma solicitação clara, direta e afirmativa. Caso contrário, as pessoas precisam tentar adivinhar ou supor o que precisamos ou desejamos. O resultado é uma grande possibilidade de mal-entendidos e desentendimentos. Ser claro sobre o que queremos é também uma forma de perceber que muitas vezes nossas expectativas são irreais ou até mesmo embaraçosas. Dessa maneira, é possível repensá-las e tentar esclarecê-las internamente. Aplicação de Comunicação Não-Violenta A CVN é uma metodologia de resolução de conflitos. Assim, pode ser aplicada em qualquer tipo de cenário onde um problema precisa ser solucionado. Abaixo, trouxemos alguns exemplos práticos de como aplicar os quatro componentes da CNV. Exemplo 1: “Você disse que não conseguirá entregar o relatório até a próxima semana (observação) e estou preocupado (sentimento). É importante para mim que nossa equipe seja pontual nos relatórios (desejo).Você poderia me dizer o que o está impedindo de concluir o relatório e o que podemos fazer para concluí-lo? (solicitação)”. Exemplo 2: “Quando você gritou comigo (observação) eu fiquei irritado e me senti diminuído (sentimento). Eu quero ser respeitado pelos meus colegas de trabalho (desejo). Quando houver um problema, você pode me chamar em particular para conversarmos sobre ele? (pedido)”.