Planejamento Estratégico em tempos de crise e de rápidas transformações
Planejamento Estratégico em tempos de crise e de rápidas transformações
Com o argumento de que não é possível prever o futuro e construir cenários confiáveis, alguns não acreditam em planejamento estratégico em tempos de grandes transformações. Construir cenários confiáveis é uma tarefa bastante complicada, seja em tempos de lentas ou rápidas transformações. Porém sem ter em mente as diversas possibilidades e estar preparado para elas, será muito difícil atravessar qualquer crise e alcançar os resultados almejados.
A cultura do Planejamento no Brasil
O Brasil não é reconhecido como um país com cultura de planejamento, e talvez por isso seja criativo em momentos de crise, mas será que consegue resultados melhores do que países que têm como hábito o planejamento? Em sua maioria, países com hábito de planejar saem-se melhores do que o Brasil em tempos crise e, muitas vezes, ficam até mais fortes do que entraram. No mundo corporativo acontece o mesmo e crises podem ser momentos de grandes oportunidades para muitas empresas. Mas o que considerar em um planejamento estratégico em época de crise e rápidas transformações?
Três considerações que não podem deixar de serem feitas no planejamento estratégico em época de rápidas transformações:
1. Entender os fatores indutores dessas transformações
Um bom começo é fazer uma análise profunda do ambiente externo para entender o impacto da crise ou das mudanças em curso no seu modelo de negócio atual e quais os fatores relevantes para esse impacto, ou seja, os fatores indutores das transformações.
Nesta análise, é fundamental a compreensão dos aspectos tecnológicos que estão causando as alterações nos modelos de negócios e impactando no comportamento dos consumidores e saber, também, como utilizar a tecnologia nas análises de dados e informações e no desenvolvimento de produtos e serviços adequados ao novo mundo.
2. Conhecer as novas características exigidas para a força de trabalho
Outro ponto muito importante é observar, na análise interna, quais são as atuais competências e habilidades da força de trabalho e verificar a lacuna existente em relação às novas necessidades. As habilidades ligadas ao comportamento do colaborador (soft skills), a diversidade, as questões socioambientais, as novas funções voltadas à experiência do cliente, entre outros, estão potencializando as transformações. Não só as novas gerações, mas muitas pessoas, estão revendo seus hábitos de vida e de trabalho e está havendo uma reflexão na forma de atuar, de viver e de se relacionar.
3. Considerar a Inovação e as questões de Sustentabilidade
Além da tecnologia, dos aspectos comportamentais e competências da força de trabalho, importante destacar a inovação e as questões de sustentabilidade, representadas no ESG – Environmental, Social and Governance – como essenciais nas análises interna e externa. Tanto Inovação quanto Sustentabilidade devem ser elementos chave a serem considerados nas estratégias traçadas, com a ênfase adequada a cada negócio. Não dá mais para deixar que sejam apenas discursos, é preciso colocá-los no centro das estratégias para que sejam praticados efetivamente.
O mais importante, no entanto, é ter uma estratégia que leve a sua empresa aos resultados pelo melhor caminho. O escritório de gestão estratégica, ou como chamam alguns “sala de guerra”, “cockpit”, “cabine de controle”, deve trabalhar com agilidade e flexibilidade e com o mínimo de interferência política possível, para que consiga fazer as revisões e ajustes de forma rápida e sem burocracias desnecessárias. Com certeza não é uma tarefa fácil, mas quem conseguir estará à frente de seus concorrentes atuais e futuros.