Muitos líderes de negócios vivem com medo constante (e não declarado) de que as certezas de seu setor mudem de repente e que eles não vejam a mudança chegando. Observo esse comportamento quase diariamente nas ações – e, sobretudo, inações – de pessoas em todos os níveis da hierarquia empresarial, seja qual foi a indústria. A lista de líderes importantes que ignoraram ou não conseguiram enxergar sinais de mudanças estruturais é grande, indo de fabricantes de carruagem que não acreditavam na ameaça dos automóveis a executivos da Nokia que desprezaram a importância do IPhone em seu mercado.

De modo geral, esses sinais de alerta não vêm de dentro do nosso ecossistema imediato, mas de fora. Quando a Napster apareceu com seus sofisticados algoritmos e softwares para compartilhar música online, os líderes da indústria musical consideraram que seria só uma questão de tempo até os tribunais colocarem fim no que, em essência, era pirataria. Aí Steve Jobs fechou o negócio de vender músicas pelo iTunes para lançar o revolucionário produto da Apple, o iPod. Os titãs da indústria não captaram o sinal de alerta da Napster, e, portanto, perderam a oportunidade de redefinir seu caminho a tempo. O poder mudou dentro da cadeia de valor quando as vendas de CD, altamente lucrativas, caíram drasticamente, levando junto todo o faturamento do setor, ou seja, a velocidade do ataque, define a potência da queda!

As pessoas geralmente não percebem esses sinais de alerta porque estão “voando baixo”, imersas nos detalhes operacionais diários de seu negócio.

A vantagem do ataque é a capacidade de detectar, antes dos outros, as forças que estão redefinindo o mercado e posicionar a empresa de modo a ser o primeiro a dar o próximo passo.

A incerteza não é algo a temer, mas algo a encarar de frente, porque nela reside a possibilidade de criar algo novo e valioso. Quanto mais abraçarmos a incerteza e praticarmos as ferramentas para lidar com ela, mais autoconfiança teremos e mais preparados estaremos para liderar.

 

Hora de Avaliar!

Avalie a si mesmo em uma escala de 1 a 10:

  • Você está consciente de que mudanças estruturais estão ocorrendo com maior frequência? Isso o preocupa ou você vê oportunidades? Você considera parte de seu trabalho como líder detectar essas mudanças? Considera parte de seu trabalho cria-las?
  • Você avalia o meio externo? Está voando alto o suficiente para enxergar o cenário geopolítico e outros fatores macro além de sua indústria? Consegue não se prender aos detalhes diários, identificar curvas na estrada logo no início? Sua equipe faz o mesmo?
  • Consegue parar e avaliar se seus problemas operacionais são sinais de mudança estrutural?
  • Acompanha o desenvolvimento de empresas que estão utilizando a matemática e avançados programas de computador para transformar os negócios, mesmo que sejam em outro setor? Considera a possibilidade de algumas delas destruírem seu negócio e redefinirem o mercado?
  • Está preparado para aceitar o fato de que a incerteza veio para ficar? Sabe que precisa tomar decisões ousadas mesmo quando os fatores nos quais você se baseia não estão claros?
  • Está preparado, do ponto psicológico e organizacional, para transformar a incerteza em grandes oportunidades? Este é o novo imperativo da liderança.